
Ao me recordar dos meus tempos de menina, ainda ouço a minha avó dizendo:
- Cuidado criança, o que os vizinhos vão falar?
E a minha mãe emendava:
- Essa menina não tem jeito mesmo. Fica ai jogando bolinha de gude, rodando pião, feito um moleque. Vá fazer teus exercícios no piano menina. Olha que a vizinhança toda vai começar a comentar o teu comportamento.
Era tantos os “não” que eu escutava em prol do “o que os outros vão falar?”
Quando mocinha e também como adulta conheci e conheço ainda muitas pessoas que terminam relações e desistem do amor, por conta “do que os outros vão falar”.
Hoje, talvez até tarde demais, pois fiz as contas e certamente não irei viver os anos que já vivi, e portanto não há como resgatar os meus “sim” em sua totalidade ou quase, aprendi que não vale a pena abrir mão do meu querer, pois controlar o que “os outros” pensam é pura ilusão.
Por mais que pautemos nossas vidas dentro dos pré conceitos, sempre haverá alguém insatisfeito falando ou pensando de forma negativa sobre nós.
Entendi que não devemos julgar ninguém, e não é direito de ninguém nos julgar. Devemos sim pautar nossas vidas na premissa de não fazer nada a outrem que não gostaríamos que se fosse feito conosco.
Ao nosso querer devemos sempre questionar: estou amando meu próximo como a mim mesma? Se a resposta for sim, o melhor a fazermos é relaxar.
Não irei desperdiçar minha energia tentando convencer a ninguém que não mereço ser alvo de julgamentos. Quem tiver realmente amor incondicional por mim saberá entender sem que eu precise explicar nada. Quem não tiver, nem adianta, pois continuarão pensando sobre minha vida, julgando tudo o que faço, e pior, até o que imaginam que eu possa estar fazendo.
Dar a César o que é de César...já disseram um dia.
Os meus pensamentos são meus. Os teus pensamentos são teus.

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