quinta-feira, 27 de março de 2008

A Carta







27 de março de 2008











A carta




Ruth, olhou em sua caixa de correio, mas só havia uma carta.

Pegou-a e olhou-a antes de abri-la.

Mas logo parou, para observar com mais atenção.

Não havia selo nem marcas do correio, somente seu nome e endereço.

Ela decidiu ler a carta:

'Querida Ruth



Estarei próximo de sua casa, no sábado à tarde, e passarei para



visitá-la.



Com amor, Jesus.'



As mãos da mulher tremiam quando colocou a carta sobre a mesa.



'Porque o Senhor vai querer visitar-me?



Não sou ninguém especial, não tenho nada para oferecer-lhe...' -

pensou.



Preocupada, Ruth recordou o vazio reinante nas estantes de sua

cozinha.



'Ai, não!, não tenho nada para oferecer-lhe.



Terei que ir ao mercado e comprar alguma coisa para o jantar.

Ruth abriu a carteira e colocou o conteúdo sobre a mesa: R$ 5,40.

'Bom, comprarei pão e alguma outra coisa, pelo menos..'

Ruth colocou um abrigo e se apressou em sair.

Um pão francês, um pouco de peru e uma caixa de leite...

Ruth ficou somente com R$ 0,12 que deveriam durar até a

segunda-feira.

Mesmo assim, sentiu-se bem e saiu a caminho de casa, com sua humilde

compra

debaixo de um dos braços.

-Olá, senhora, pode nos ajudar?

Ruth estava tão distraída pensando no jantar, que não viu as duas

pessoas que estavam de pé no corredor.

Um homem e uma mulher, os dois vestidos com pouco mais que farrapos.

-Olhe, senhora, não tenho emprego.

Minha mulher e eu temos vivido ali fora na rua. Bom, está fazendo

frio e

estamos sentindo fome. Se a senhora pudesse nos ajudar, ficaríamos

muito

agradecidos...

Ruth olhou para eles com mais cuidado.

Estavam sujos e tinham mal cheiro e, francamente, ela estava segura

de que

eles poderiam conseguir algum emprego se realmente quisessem.

- Senhor, eu queria ajudar, mas eu mesma sou uma mulher pobre.

Tudo que tenho são umas fatias de pão, mas receberei um hóspede

importante para esta noite e planejava servir isso a Ele.

- Sim, bom, sim senhora, entendo...

De qualquer maneira, obrigado - respondeu o homem.

O pobre homem colocou o braço em volta dos ombros da mulher, e os dois se

dirigiram para a saída. Ao vê-los saindo, Ruth sentiu um forte pulsar em seu coração.

-Senhor, espere!

O casal parou e voltou à medida que Ruth corria para eles e os alcançava na rua.


- Olhem, querem aceitar este lanche?


Conseguirei algo para servir ao meu convidado - dizia Ruth, enquanto

estendia a mão, com o pacote do lanche.

- Obrigado, senhora, muito obrigado.

- Obrigada, disse a mulher..

Foi aí que Ruth pôde perceber que a mulher tremia de frio.

- Sabe, tenho outro casaco em minha casa, tome este -ofereceu Ruth.

Ela desabotoou o próprio casaco e o colocou sobre os ombros da mulher.

Sorrindo, voltou a caminho de casa... sem casaco e sem nada para servir a seu convidado.

- Obrigado, senhora, muito obrigado - despediu-se, agradecido, o casal,

Ruth estava tremendo de frio quando chegou à porta de casa.

Agora não tinha nada para oferecer ao Senhor.
Procurou a chave rapidamente na bolsa, enquanto notava outra carta na
caixa de correio.

'Que raro, o carteiro nunca vem duas vezes em um dia' - pensou.
Ela então apanhou a carta e abriu-a:

'Querida Ruth.

Foi bom vê-la novamente.

Obrigado pelo delicioso lanche e pelo esplêndido casaco.Com amor, Jesus.'

O ar estava frio, porém, ainda sem se agasalhar, Ruth nem percebeu.

'Nem sempre Deus chega nos momentos em que a gente quer, mas ELE

nunca chega atrasado!'

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