quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Quaresma,tempo de reflexão.....








A oração é um dos pilares dos exercícios quaresmais; ela é um dom de Deus posto em nossa alma que nos dá acesso a todas as suas graças. Assim sendo, a oração nos faz incidir nas mais diversas situações da vida de tal forma, que vemos o seu resultado imediato, dependendo da situação que estamos vivendo.

A chave que abre o coração humano para o exercício da oração é o perdão; pois assim nos ensinou Jesus: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará”. Logo, quem perdoa o faz segundo a determinação do Senhor.

Oração é condição de vida e é por essa condição que comungamos com o querer de Deus e o realizamos plenamente como plano de nossa salvação. Rezar é, antes de tudo, manter a vigilância interior na prática da fé visando à perfeição que Deus nos oferece.

“Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim, buscai o Senhor e sua força, procurai sem cessar a sua face”. (Sl 104, 3-4)

II:
Uma das mais sábias atitudes da alma que nos leva à comunhão fraterna é o não julgamento dos outros. Quando Jesus ensina: “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados”, Ele nos indicou o caminho mais seguro para a paz interior.

A pior coisa que existe no coração humano e que impede o amor a Deus e ao próximo é o falso julgamento, porque quem o faz carrega consigo o pecado e a imagem negativa dos que foram julgados, além da tendência para a fofoca e os outros males da língua.

Deus nos criou por amor e para amar-nos uns aos outros, é isto que fundamenta a fé e toda prática religiosa autêntica. Quando não amamos, não nos relacionamos bem com Deus, nem com os outros; porque o não amar é a fonte de todos os males.

Só é feliz quem ama, porque Deus é amor e amar é viver em Deus e agir segundo Deus. Se queres dar um verdadeiro testemunho de tua fé, ama, principalmente quem te ofende, maltrata e persegue; porque quem ama jamais será atingido por mal algum.

III:
Natal, nascimento do Senhor; é Deus mesmo assumindo nossa humanidade para dar-lhe um novo sentido eterno. A maioria dos homens, porém, por causa da cegueira espiritual, esquece essa verdade e afunda ainda mais nos pecados que cometem pensando tirar proveito deles.

Desse modo, propagam um natal que não corresponde à presença divina no meio de nós; por isso, inventaram um Papai Noel, que nem sabemos quem é, só para venderem mais e com isso, tirar a atenção do verdadeiro Natal.

O Natal só tem sentido real para aqueles que se convertem do seu antigo estado de morte com o pecado, para uma vida nova em Cristo Jesus; para estes o Natal é sinônimo de salvação, de felicidade eterna. Estes sim, podem comemorar o brilho de Jesus em seus corações, porque O levam consigo além das fronteiras das fraquezas humanas onde Seu amor realiza maravilhas.

Portanto, é Natal, que o mundo acorde para a realidade, pois, Jesus continua nascendo a cada nova conversão para o amor, para a verdadeira fraternidade.

IV:
O medo é inato, isto é, já nasce conosco, é uma forma de defesa natural que Deus nos deu; porém, sabemos pela fé que Cristo venceu o inferno, o pecado, o demônio, a morte e todos os males. Por esse motivo não devemos ter medo, mas confiança na misericórdia de Deus que nos deu Seu Filho Jesus, para nos libertar e nos fazer entrar com Ele na Sua Glória.

Precisamos viver em estado de graça, ou seja, em conformidade com os mandamentos que o Senhor nos concedeu para orientar nosso procedimento como seus filhos muito amados. Quem vive na obediência, vive no amor, na paz e na proteção do Senhor, pois é impossível fazer a vontade de Deus e não experimentar os efeitos dela em nossa vida.

“E Jesus perguntou: Por que este medo, gente de pouca fé? Então, levantando-se, deu ordens aos ventos e ao mar, e fez-se uma grande calmaria”. (Mt 8,26)

“Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na Geena”. (Mt 10,28).

V:
A vida tem sempre uma surpresa agradável para nós a cada instante, basta sabermos vivê-la bem, como Deus quer; porque o tempo que temos é curto e a liberdade é uma conquista; o tempo passa e a liberdade só é liberdade mesmo quando nos encontramos em Deus, como o rio que se encontra no Mar.

Que todo o nosso tempo e fazer seja para nossa santificação, assim teremos sempre tempo de paz, alegria e graça diante do Senhor, porque ele será tempo de redenção; será também consolo e bem estar para aqueles que fazem parte de nossa vida.

A verdadeira liberdade consiste em vivermos cheios do Espírito Santo de Deus, pois é por meio Dele que o céu se encontra dentro de nós, “porque onde Deus está, aí está o céu”, e o Seu santo modo de agir. Quem vive de acordo com a Vontade de Deus, experimenta os efeitos dela em sua vida e não troca suas delícias por nada deste mundo.

Não viva a vida como se ela fosse pertença tua, mas como uma dádiva de Deus para a Sua maior glória.

Paz e Bem!
Frei Fernando II

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